O ministro Alexandre de Moraes interveio durante o depoimento de Jair Bolsonaro nesta 3ª feira (10.jun.25).
A audiência integra a ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Bolsonaro é réu no processo, ao lado de outros sete acusados de planejar uma ruptura democrática.
Durante o interrogatório, o ex-presidente mencionou um inquérito da Polícia Federal.
Ele relacionou a investigação a um ataque hacker ao sistema do TSE em 2018.
Insinuou novamente a existência de dúvidas sobre a segurança das urnas eletrônicas.
Também afirmou que o sistema poderia ser "aperfeiçoado" para evitar questionamentos. “Se não houvesse essa dúvida [sobre o sistema eleitoral], nós não estaríamos aqui”, afirmou, ao vincular a ação penal a questionamentos sobre o processo eleitoral — apesar de a acusação tratar de tentativa de golpe após sua derrota nas urnas.
A fala provocou reação imediata do ministro Alexandre de Moraes. Ele interrompeu para esclarecer que a investigação citada não envolve as urnas. “Na verdade, não há qualquer dúvida sobre o sistema eletrônico e esse inquérito não tem nada a ver com as urnas eletrônicas. Sua defesa vai poder esclarecer, porque ele já está juntado aos autos”, afirmou Moraes calando o extremista de direita derrotado e agora inelegível por seus crimes contra a nação, Jair Bolsonaro.
A Procuradoria-Geral da República aponta Bolsonaro como peça central nas articulações para tentativa de golpe contra a democracia brasileira após derrota nas eleições de 2022 para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O julgamento da ação penal está previsto para o segundo semestre deste ano.
Em caso de condenação, os réus podem cumprir penas que ultraam 30 anos de prisão.