12 de junho de 2025
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JULGAMENTO DOS GOLPISTAS

No banco dos réus do STF, Bolsonaro ite mentira e pede desculpas a Moraes

O depoimento desta terça é parte da fase final de instrução do processo

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta 3ª feira (10.jun.25) os depoimentos de réus acusados de planejar um golpe de Estado.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi o sexto a ser interrogado na ação penal que envolve o chamado "núcleo crucial" da trama golpista após a derrota nas extrema direita nas urnas em 2022.  

Durante a audiência, Bolsonaro foi questionado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre falas que atribuíram crimes a membros do STF.

O ministro confrontou o ex-presidente a respeito de acusações sobre supostos desvios milionários ligados ao processo eleitoral. "Quais eram os indícios que o senhor tinha de que nós estaríamos levando US$ 50 milhões, US$ 30 milhões?", perguntou Moraes.

Diante da pergunta, Bolsonaro afirmou não ter provas e classificou a declaração como um "desabafo".

Segundo ele, a fala ocorreu em uma reunião privada e não tinha intenção de ofender os magistrados. “Não tem indício nenhum, senhor ministro”, disse Bolsonaro, acrescentando que usou uma “retórica”.

Ele ainda pediu desculpas: “Me desculpe, não tinha qualquer intenção de acusar de qualquer desvio de conduta os senhores três". 

A declaração faz referência a uma reunião fechada, que acabou sendo registrada por aliados.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta Bolsonaro como figura central na articulação para romper a ordem constitucional.

Segundo a denúncia, ele tinha conhecimento de uma minuta que propunha medidas autoritárias.

Entre elas, a decretação de estado de sítio e a prisão de ministros do STF.

O plano visava reverter o resultado da eleição de 2022 e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O depoimento desta terça é parte da fase final de instrução do processo.

Já foram ouvidos Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres e Augusto Heleno.

Ainda estão previstos os depoimentos de Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

O julgamento final dos réus está previsto para o segundo semestre deste ano.

Se condenados, eles podem enfrentar penas superiores a 30 anos de prisão.

O caso é considerado um dos mais graves da história recente do Supremo Tribunal Federal.